Seduz-me
E dilacera as trevas por dentro do mais negro eu
Como no grito de um nómada,
Espinho destilado em pétalas de rosa
Que ecoassem por dentro dos labirintos ancestrais.
Enrosca-se por entre os recessos da minha pele
Como serpente dourada
Plantando esferas na esfinge de um olhar
Gravado a diamante
E adormecido nos caninos do crepúsculo
Como uma asa de anjo em combustão.
Tomba na luz,
Um véu dentro do céu dentro de mim,
Estendendo mastros ao mar do eterno renascimento
Num matrimónio imortal,
Adoração de sinfonias secretas
Plantadas em diáfanos caules de olhares fugitivos
Repousando nos braços do trono do deus.
Embala-me
E a podridão dos sentidos dispersa em rosas de sangue,
Veludo de nós entretecidos em gestos de corvo,
Alimentados de mim.