Trepidação,
Consagração que se agita nas asas da turbulência
Qual maré por sobre o absurdo,
Oração que se dilata como as brasas sob o altar
Onde os véus se entretecem
Como cânticos de meditação num pedestal.
Um véu que distende a bruma
E a estátua contempla o inverso das mãos erguidas
No opúsculo da escuridão,
Crepúsculo eternizado entre harmonias quebradas
No rubor de uma fogueira erguida aos céus
Moribundos.
A mão de um deus,
O adeus da maré vermelha em comunhão com as trevas
E o nome do desejado,
A designação plantada nos olhos do absoluto
Como um caule vulnerável
Onde a luz das chamas traçasse a dança do renascimento.
E o fim,
A morte da manhã dispersa no manto das cinzas,
Génese consagrada no grito do apocalipse
Que proclama a redenção,
Eclipse de olhos distantes no escarlate da memória
Que apaga o nome das lendas
E morre
Como um raio de azul rasgando a escuridão.