Que nos teus braços repousa o leito da perfeição,
Que és a única voz digna do espanto dos povos
E que trazes nas palavras a dignificação do ser.
Sei que queres ser o látego dos miseráveis,
Apagar da face da terra quem ousou viver o sonho,
Mas que, por ecos ou obras delirantes,
Vê bem onde tu vês insanidade.
Eu sei que outras palavras te repugnam,
Que ofensas plantaste para as destruir.
Vi cair mais que os que tu poderias
Conter na torrente do teu julgamento.
Olha! Eu sou a defesa dos vencidos,
Do sonho que mataste com a tua palavra
E acuso a tua sombra!
Serei a redenção dos que quebraste,
Abrigo para a magia que mutilaste,
Protectorado dos sonhos sem voz.
E tu?
Continua, se queres, a destilar amargura
Na sombra das lições primordiais,
A lançar ofensas sobre os vencidos
Como se fosses o mestre supremo.
Tu não sabes…
Nem todos querem a imortalidade.
Apenas alguns momentos de luz…