Friday, September 28, 2007

Homens

Filhos da vida fria e derrotada,
Homens de pedra, ausentes e distantes,
Eu sou a voz do inalcançável nada
Que se esconde na sombra dos instantes.

Sou eco dos murmúrios inconstantes
Que se perdem na noite abandonada,
Onde os sonhos noutro tempo brilhantes
Quebram nas cinzas da noite magoada.

Homens cruéis, de sombra e noite escura
É feita a casa da eterna amargura
A que me condenou a vossa mão.

Mas um tempo há-de vir em que o vazio
Do vosso universo sinistro e frio
Há-de implorar pela voz do meu perdão!

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