Monday, March 30, 2009

Confidencial

Dorme uma mão sobre o fogo,
Selando os lábios que sussurram nas sendas do castelo,
Como um grito amordaçado.
Paira um sopro nas asas da tempestade,
Como um corpo crucificado no crepúsculo esmorecido
Da manhã divinizada.
Espelha-se no segredo a confidência do absoluto
Cantando gritos na aurora do infinito
Onde se espraia o amplexo da gaivota mutilada
Pelo fúnebre enlace da corda que pinta os momentos
Na esmorecida miragem de um labirinto deserto.

Dorme um anjo sobre a areia…

Friday, March 13, 2009

Apresentações do livro "Dualidades"

No dia 7 de Abril... Estão todos convidados a aparecer!

Friday, March 06, 2009

Deixa-me Desistir de Ti

Deixa-me desistir de ti
Como num encontro repetido entre penas de mil eras
E traçado em véus de fumos mutilados,
Para esquecer que te dei a alma de todos os meus sonhos
E a força de toda a vontade
Na concretização de uma visão que mão me pertencia.

Será o silêncio a minha promessa,
O vazio como futuro
De quem deixou as asas rasgadas no chão,
E apenas a noite alcançará a minha voz amordaçada
Nos primórdios do poema.

Não sou ninguém…
Nada mais que o pálido reflexo de um espelho estilhaçado,
Um grito no amanhecer
E as lanças dos meus dedos estendem o sangue da derrota
Que estrangula o meu olhar.

Deixa-me, pois, morder as cinzas que ensombram os meus lábios
E morrer dentro da cruz,
Como um corvo em voo de hecatombe
Rasgando os céus da última alvorada,
Um sonho aberto à lâmina dos deserdados,
Um cântico na morte…

Para que vejas a renúncia que floresce nos meus olhos
E me deixes desistir
De mim.

Thursday, March 05, 2009

Renascendo do Caos

No sangue da borboleta florescendo em voz de Fénix
Plantada a luz na pele do anjo moribundo
Desabrocha o labirinto das quimeras enegrecidas
Onde, tímida, repousa a esfinge de asas de corvo.

Com olhos fixando o norte onde se despoletam as luzes,
Brotam das estrelas os fios da seda e do âmbar,
Como amplexos de aranha cega que tacteia obscuridades
Em busca de um olhar perdido nas jóias do infinito
Onde o absurdo cravou a sua sepultura.

Como uma noite de estacas descendo sobre a neblina
Como rubros relâmpagos que brotassem dos dedos do absoluto,
Floresce nos céus o renascimento de todos os enigmas,
Traçando a sul o rasto das antigas caravanas
Que pulsam no sangue dos esqueletos exilados.

E quebra-se a abóbada da catedral abandonada
Ao fúnebre abraço dos ossos do crepúsculo.

Sunday, March 01, 2009

Alterwords 2

Saudações, estimados visitantes que por aqui passais. Permiti que vos apresente o projecto de que orgulhosamente faço parte. A Alterwords é uma revista literária online, com direcção de Bruno Pereira e coordenação desta vossa humilde anfitriã, e pretende divulgar os novos valores literários e não só do nosso pequeno país. Para mais informações e download da revista, visitem-nos em www.freewebs.com/alterwords ou mandem-nos um e-mail para alterwords@gmail.com. (ou para mim, carianmoonlight@gmail.com)