Um canto
No canto dos ecos elevados para lá da imensidade,
Concretização de esferas entretecidas
Nos contornos da mandala de um nó primordial.
Um grito nos lábios ressequidos do corpo vacilante
Abandonado sobre o palco
Como um sussurro plantado na voz fantasmal
Da feérica sinfonia dos espectros
Embalados por dentro do rosto da actriz desfalecida.
Um trovejar de lágrimas
Que chovem em tempestade sobre o decair dos fantasmas,
Como êxtase petrificado na contemplação do absurdo,
Miragem inefável
Que se espelha nos braços da quimera crucificada
E adormece à luz de um archote.
Um sorriso…
E a noite desfalece em pétalas apodrecidas
Por dentro da lâmina cravada na alma do punhal,
Sobre o altar das cinzas que mancham o pecado
Com a sombra da canção
Plantada, rebelde, por dentro dos olhos da bruma
Errante pelo fogo que antecede a aurora.
4 comments:
Olá Carla, estou aqui visitando seu blog. Gosto do seu estilo, acho que já lhe disse isso uma vez e repito. Se tivesse seguidores, eu já estaria lá. Receba meu abraço amigo. Bastante sucesso pra vc!!
Versos que sugerem uma dança insana, dolorida. Belo!
Um trovejar de lágrimas...
Relâmpagos, o medo a morte
as flores prá quem vier
água clara subindo aos olhos
sonhos que vão chover...
Tácito.
PS - Lindo seu poema, Voltarei.
:-) és a nossa Chopin das letras! Sem dúvida, grande potencial. Continua assim
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