Como um traço de sinfonia,
Uma miragem pairando sobre o vazio
Entre marés de cor,
Estendem-se os braços da arcada suprema
E a catedral dos corpos é o instrumento
Do desvanecido absurdo dos abismos.
Como dedos de bruma pisando as cordas do absurdo,
Erguem-se do caldeirão dos mistérios
Os efémeros fumos de um etéreo toque,
Tacteando quimeras entre as paredes do vácuo
Como um cego procurando a espada da escuridão.
Solta-se de um lamento na contemplação do adeus
Uma nota arrancada em convulsão
Ao corpo da madeira que modela a sinfonia
Em melodias de contemplação
E o sussurro do real invade as mãos do fantástico
Como uma essência cantando louvores de crepúsculo
A um beijo que desfalece nas aras mistificadas
De um violino que goteja as lágrimas exiladas.
3 comments:
Os mistérios do absurdo que pairam na bruma em forma de uma bela melodia.
beijinhos
Gostei muito deste texto. Ainda estou a decifrá-lo, descascá-lo lentamente para colher a verdadeira essência, mas mesmo sem o ter plenamente interpretado, há algo que cativa ao lê-lo, que prende os olhos ao ecrã. Pela quantidade de livros indicados no blog, este sem dúvida não é o único pedaço de genialidade que produziu. Com calma, hei-de descobri-los um a um por aqui.
"Ai, flores, ai, flores do verde pino
se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?"...para ti...pelos teus versos!!!...poetiza!!!
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