Entrelaçam-se como dedos de gelo envolvendo a pele fria,
No aço como na neve
Que prende as quimeras por dentro de um véu desperto.
São sonhos de olhares fragmentados para lá da loucura,
Miragens fitando o absurdo
Como sombras divagando nos focos dentro das chamas
Iridescentes de um candelabro de cristal.
Ela não vê,
Não sente senão silêncios espalhados sob a mordaça
Que lhe desponta na voz,
Reflexos que se entretecem no seu cárcere espectral
Onde as paredes são vidros que sangram a carne virgem
E esta princesa de impérios desvanecidos,
A imperatriz que banha os lábios no veludo do sangue derramado
Não sabe senão dos mortos dormentes sobre o seu ventre
E do arco-íris que nunca deixou nascer.
Cravam-se na pele as lâminas do gelo,
Divagações de silêncio sob um rosto de traços moribundos,
Desvanecidos pela erosão dos séculos
E o olhar da sentinela é um gemido estrangulado,
Um nome multiplicado sobre o coração das trevas,
Trova de auroras devoradas pela persistência da noite
E ateadas como cinzas no rosto dos vagabundos.
E ela chora,
Destronada senhora de fantasmas e de esfinges,
Plantando mãos no vidro embaciado
Do féretro da sua luz.
4 comments:
I will sing!...Yes!...She was apoet!
No luar coloco-me sem pensar. Lua cheia, percebo. Minha carne queima, meu olhos fervem de paixao ao ve-la. Nada posso fazer senao me entregar...
tens uma obra rebuscada e este poema essencialmente.
a tua poesia parece-me interessante já que manipula conceitos árduos.
parece-me que podes continuar :)
Há aqui qualquer coisa que me cativa...
Não tenho dúvidas que aqui há talento.
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