Na sombra eterna da noite sem fim,
Como um fantasma negro e inconstante,
Deste mundo soturna caminhante,
Nessa noite, a morte passou por mim.
Com um sussurro leve, de cetim,
Voltou para mim o seu olhar brilhante
E, num sorriso vazio e distante,
Mostrou-me que futuro via em mim.
Mostrou-me anos e anos de existência
Num mundo sem piedade ou inocência.
Mostrou-me uma vida inteira a sofrer.
“Mas tem fé, – disse – porque o tempo passa!
E, por mais forte que seja a desgraça,
Lembra-te de que um dia hás-de morrer!”
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