Como um rubor de mantos na dispersão do infinito,
Insígnia ensanguentada
Em ombros transportada até ao sudário dos séculos,
A catedral do derradeiro sacrifício.
Desfalecida em torpores de uma indução eternizada,
Anestesia percorrendo os sentidos
Onde uma voz se multiplica em seis imagens por segundo
E seis vidas por século,
Para que, nos seis sentidos dos coléricos oceanos,
Floresçam os seis corpos dos fantasmas imolados.
Rumorejantes asas de espectral incêndio,
Caídas por terra,
Diante do feérico fitar de um etéreo deus corvo,
Uma mão dourada estendida sobre a negrura
Que engole as estrelas derramadas na voz
E planta no tronco decepado a cabeça de um deus.
Como um lamento afagando as ondas da areia,
Catedral de esferas
Abertas em sepulcro para o fogo desfalecido em cinzas,
Espalhado aos ventos das quatro estações
No último grito de uma bênção secreta.
2 comments:
A Fenix morta é Fenix, porque foi Fenix e há de tornar a ser Fenix. Assim és tú que jazes na sepultura. Morta sim, desfeita em cinzas sim; mas em cinzas como as da Fenix.
Tácito
Gosto do sabor do teu grafismo... o meu profundo sente-se confortável nas tua palavras. Obrigado.
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