Tuesday, August 28, 2007

Ele Morreu

Chora, noite soturna e misteriosa!
Que não se cale nunca a tua dor!
Pois, entre as sombras do nada e do amor,
Quebrou a etérea luz da tua rosa.

Chora comigo, oh, dama tenebrosa,
Pois não há na vida senão temor!
Que seja sempre o negro a tua cor,
Noite como eu sombria e pesarosa.

Grita comigo em estertores de agonia!
Que nunca dês lugar à luz do dia
E fiques, sempre, negra como eu.

Num cântico de dor fria, perdida,
Chora comigo o vazio desta vida.
Que o mundo morra, já que ele morreu!

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