Wednesday, February 27, 2008

Ânsia de Redenção

Confesso que me perdi
Por entre as estradas da ingenuidade
E os caminhos da inocência,
E que vivi numa ilusão sem nome,
Feita de fé inútil
E moldada em esperança vã.

Acreditei cegamente
Nas imagens que o mundo me mostrava,
E construí castelos de confiança
Onde não devia haver senão deserto.
Sacrifiquei o melhor da minha alma
À vaga ilusão de uma amizade
Que nem sequer existe
E, por isso,
Hoje estou sozinha
No abismo da minha desilusão.

Onde eu criei um palácio de sonhos,
Hoje há apenas um destroço,
Ruína dos meus ideais mortos,
Criados pela cegueira
E estilhaçados pela mágoa.
A ingenuidade fez-se ressentimento,
Cego a todos os sinais
E surdo a todas as súplicas de piedade,
E a ilusão da felicidade
Desfez-se em fragmentos de traição,
Lágrimas de sangue
E lamentos de agonia gritados ao céu vazio.

E, hoje, eu sei o que sou,
Fantasma derrubado,
Subjugado
Sob o peso do meu pecado de orgulho,
Espectro de arrependimento
Que pena por entre noites imortais,
Em busca de um abrigo que me salve
Da minha própria credulidade,
Pois, ao acreditar,
Pequei contra mim própria.

E a minha alma,
Perdida e destroçada,
Não esquece nem perdoa
Os crimes de toda uma vida,
Os erros que rasgaram o meu corpo
E assassinaram o meu coração.
Não há perdão para a minha cegueira
Nem vida para a minha ânsia de redenção,
Por isso,
Por mais que espere e suplique,
Não encontrarei salvação nem paz,
Pois viva de ilusão
E profanada pela fé,
Apenas me abrigará a eterna escuridão.

Tuesday, February 12, 2008

Lágrimas da Alma

Palavras breves, feitas só de nada,
Arrancadas deste meu coração,
Serão meu juramento à escuridão,
Lágrimas da minha alma destroçada.

A minha essência não será quebrada
Nem mesmo pelo fogo da traição.
Não voltarei a dar minha alma em vão.
Nunca mais me verão sofrer calada.

Palavras de lamento e de amargura
Contarão à sombra da noite escura
Os sinistros desígnios do meu ser.

No vento voarão meus negros versos,
Memórias dos pensamentos dispersos
De alma fraca que aprendeu a viver…

Se Eu Fosse...

Se eu fosse luz de um sonho esplendoroso
E fossem meus os dias desta vida,
Dava-te a minha alma reconstruída
E amava o teu sonhar silencioso.

Se eu fosse o azul eterno e majestoso
Do céu que cobre a terra indefinida,
Dava-te uma promessa renascida
De amor sublime, puro e poderoso.

Se eu fosse o sonho da tua miragem,
Criava um novo mundo à tua imagem
E os teus sonhos erguia ao alto céu.

Mas sou só eu, esta sombra quebrada
Que se arrasta entre as sombras e o nada,
E nada tenho para dar, senão eu…