Há um nome ancorado no tempo que completa a voz
Como as veias de uma catedral,
O silêncio que jorra por dentro das entranhas do mar
E multiplica os ecos
Até ao infinito som de um grito.
Silentes, os olhos da aurora contemplam o véu
Do horizonte em chamas,
Rasgado pela fúnebre figura do cavaleiro arlequim,
Da figura que regressa,
Espezinhada pelos passos de uma divindade antiga,
Prostrada pela profecia do futuro nada.
A mão completa o sussurro da miragem perdida
No olhar das esferas
E o trono jaz entre as cinzas do império desfalecido,
Como um segredo prostrado na conspiração das horas,
Uma voz amordaçada
Que se afasta entre muralhas destruídas
Soltando ao vento o marulhar do caos.
Há um lamento na trova dos deserdados.
O rei morreu…