Saturday, November 24, 2007

Convite

Caríssimos amigos e frequentadores do meu blogue...
É com muita honra que vos convido para o lançamento do meu novo livro, "Herdeiros de Arasen". O evento decorrerá no próximo dia 15 de Dezembro, pelas 17 horas, no Auditório Municipal de Resende, e contará essencialmente com uma parte musical (executada basicamente por mim) e com uma parte teatral.
Apareçam. Serão muito bem-vindos.
Stay safe...
Carla Ribeiro (The Silent Raven)

Thursday, November 22, 2007

Foges

Finges que não conheces minha vida.
Com insistência ignoras meu chamado.
Foges de mim, como se ressentida
De um qualquer inexistente pecado.

Foges, como da sombra do passado,
Como se a escuridão negra e vencida
Tivesse entrado em mim e dominado
A essência da minha alma destruída.

Tentas agir como se a tua vontade
Fosse outra, mas a tua liberdade
Não te permitisse qualquer opção.

Eu não sou cega! Faz o que quiseres,
Mas tem a decência, quando o fizeres,
De admitir que é vã a tua razão!

Anjos Cansados

Perdidos neste céu de noite escura,
Quebrados pela sombra da solidão,
Somos os anjos da eterna amargura,
Cansados de viver na escuridão.

Somos o espectro da condenação,
A memória de uma palavra obscura
Que, presa nos abismos da razão,
Profetiza uma infinita loucura.

Perdidos neste mundo de memórias,
Somos o berço das velhas histórias
Que encheram o mundo com seu calor.

Mas ninguém vê que a nossa fantasia
Jaz perdida entre sombras de agonia.
Ninguém sente sequer a nossa dor…

Wednesday, November 14, 2007

Falsos

Com toda a minha fé e toda a minha força, dei, por inteiro, a minha alma àqueles que julgava com os amigos ideais, supremo exemplo de vida e de verdade. Inocentemente, coloquei-me nas suas mãos, alimentando a certeza de que, viesse o que viesse, não seria abandonada.
As minhas certezas, contudo, eram apenas um absurdamente frágil castelo de areia levado nas ondas do mar. Aqueles que julgava como as entidades mais próximas de mim não passavam de falsos profetas de um destino morto e, por isso mesmo, a amizade, que em tempos julguei como uma deusa sagrada e inviolável, jaz por terra, vencida, profanada, rasgada de corpo e alma.
E é este o meu mundo… Assim se processam os dias vencidos da minha vida inútil, perdidos entre a sombra do silêncio e o abismo da amargura. A fé morreu, quebrada pela traição. A esperança morreu, vencida pela desilusão. O sonho desapareceu na noite dos falsos encantos de uma existência em verdade vã e inútil.
Agora… Agora, resta-me morrer também.

Tuesday, November 06, 2007

Perto... Longe...

Cada passo dado, a cada momento,
Marca a definição do meu lugar,
Mais perto do meu céu de sentimento,
Mais longe da ilusão do teu olhar.

Longe do que perdi para me encontrar,
Perto das águas do meu pensamento,
Cada momento ensina a recordar
Os silêncios que fugiram no vento.

Cada instante de sonho e de ventura,
Entre sombras de mágoa e de amargura,
Marca o destino de quanto foi meu.

Mais perto do silêncio que magoa,
Perto da escuridão que não perdoa…
Mais longe da vida que, em mim, morreu.

Quando

Quando eles te disserem que eu morri,
Não chores. Também não choraste em vida,
Quando, por tua crueldade destruída,
De toda a minha esperança desisti.

Quando te disserem como eu caí,
Não lamentes minha alma enlouquecida.
Pensa antes que, se me rendi, vendida,
Talvez o tenha feito só por ti.

Quando souberes que abandonei o mundo,
Não me lamentes em pranto profundo.
Não quero a tua mísera piedade.

Quero que saibas, sempre, eternamente,
Que foi por ti, entidade indiferente,
Que me entreguei nas mãos da eternidade!

De Todos

De todos aqueles a quem te deste,
Apenas um não te deixou cair.
Apenas um sentiu o que fizeste
Como algo mais que um inútil sentir.

Só um de entre todos te fez sorrir,
Enquanto choravas o que perdeste.
Só um deles não decidiu partir,
Quando fechaste os olhos e morreste.

De todos aqueles em quem confiaste,
Apenas um sentiu o que passaste
E dividiu contigo o teu sofrer.

Vive por ele. Basta a sua imagem
Para que valha a pena a tua coragem.
Basta a sua voz para que devas viver.