Não se apagou a sombra da loucura
Aprisionada no meu corpo aberto,
Como um eco de morte e de amargura
Perdido por entre as brumas do incerto.
Não se apagou a estrela do deserto
Que habitava os ecos da noite escura,
Levando para longe o que viveu perto,
Em cinzas desvanecendo a ternura.
Não se perdeu a memória dos dias
Que embalava entre débeis fantasias
O delirante eco da escuridão.
Paira ainda, nos silêncios do nada,
Um murmúrio de distante fachada.
Diz que não acabou… Ainda não.
12 comments:
Amiga,
A sombra da loucura nunca se apaga...
:-) beijo
"La del Romancero,
Córdoba la llana!...
Guadalquivir hace vega,
el campo relincha y brama."
António Machado, nasc. 26/7/1875, Sevilla...para a princesinha de S. Martinho...e p'elo prazer do seu poema.
Gostei bastante, tanto deste poema, como do blog no geral. Tens de facto poemas muito tocantes, e és um exemplo para mim. Um beijo!
O wilde west wind, thou breath of Autumn's being...
para ti...
Ai quem me dera agitar o tempo
Atirar a mágoa à voragem da noite
Arrancar as raízes ao pensamento
Sentir a paz que uma lagoa acolhe
Boa férias
Mágico beijo
Errantes sentires percorrem
Este corpo nu de calor
Queda-se a vontade ao vento
Neste deserto de verde amor
Ai este grito contido
É lava rubra em minha garganta
Pio de pássaro preso às penas
Uma reza a fugir de alma santa
Boas férias
Mágico beijo
..."eu te amo, perdoa-me, eu te amo."...!?...para a princesinha...(e as festas do Senhor do Calvário?!...este ano têm boa música?...pena lá não poder ir!...)beijos.
Um belo soneto.
Um beijo.
O tudo só se apaga realmente quando no nada se perder...
Lindíssimo poema ^^
Um abraço!
..perdido perante as brumas do incerto!...lindo!...e para ti...
"te amo em silencio
e só o silencio sabe."
baci mille.
Obrigada pela visita ao Verboletas, e igualmente gostei das tuas poesias, das imagens que vais criando, tem uma coisa meio Edgar Allan Poe aí rs...
Há certas loucuras produzidas por meras convenções, originárias das mesmas mentes que convencionaram o escuro como o reino dos maus. Contudo, há aqueles que vislumbram nas sombras, sabedoria. E as guardam, aprisionada no corpo, como precioso conhecimento a libertar-se no tempo das brumas das certezas.
Um beijo!
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