Thursday, February 23, 2012

Comunhão de Corpos

Ilustres desconhecidos,
Galantes demónios fundidos na aurora do além
E uma voz que grita na esfinge dos exilados
A pergunta que procura a voz.

Onde estás?
Enquanto os corvos dispersam oráculos sobre o teu céu
E o feitiço das trevas incendeia a tua morada,
Enquanto a noite se dilata em espasmos enraivecidos
E o silêncio te contempla na mordaça das tuas mãos?
Onde te escondes, lorde protector,
Quando as cinzas do futuro amaldiçoam o teu cabelo
E a eucaristia dos mortos sem nome
Se consuma na cruz da tua pútrida herança?

Silêncio ao céu que responde
Como um véu na consumação dos desejados
Sobre a ruína do presságio que contempla a aurora
No crepúsculo dos céus
E o cântico que jorra nas veias do imaculados
Em réplica à pena primordial.

Estou no caminho do exílio que brotou na voz do abismo,
Na libertação que prende mas não regenera,
E o labirinto é um espelho pendente sobre o teu corpo,
Mas eu já não sei que ausência divaga no meu destino
E perdi-me do caminho para casa.

1 comment:

DVH said...

Adorei, simplesmente. :)