Falam os deuses de ilusões aladas
Perdidas no fragor da tempestade
E há versos de silêncio e de saudade
No seu murmúrio de almas destroçadas.
Falam de sonhos, silêncios e nadas
Presos na dispersão da potestade,
Como se a sua austera majestade
Fosse também prisão de almas quebradas.
Cantam os deuses lamentos de bruma
Por sentimentos de coisa nenhuma
Espelhados pelos labirintos do céu.
Choram, como a dolente humanidade
Que ergue os olhos à voz da eternidade!
São, também, prisioneiros, como eu…
4 comments:
Os deuses mais perto do sentimento dos homens... Belo soneto.
Um abraço.
A liberdade está para lá dos espelhos.
Adorei ler-te.
Os sonetos bem compostos impõem sempre um cântico magistral que eleva a voz ao infinito.
Este é o exemplo de um deles…
Deuses, ou não, somos todos a clausura de nós próprios.
Belo!
Beijo
Olá Carla,
Gostava de te agradecer o comentário no meu blog :-)(embora já um pouco tardiamente mas devido às festividades infelizmente não tive muito tempo para me ligar à net) adorei este teu soneto, hoje em dia já não se vê muita gente a escrevê-los mas tu consegues fazê-lo com uma dinâmica maravilhosa. Vou continuar a explorar por aqui e claro, se quiseres ir mantendo contacto, já sabes onde estou!
Rubber Kisses*
Post a Comment